O rio como testemunha
O céu estava azul, sem nuvens que prenunciassem chuva.
As flores nos arbustos variavam do vermelho ao rosa. Não longe, quase
perto, podia-se admirar pequenas elevações e se imaginar chegando ao seu topo.
Um cheiro gostoso chegava da cozinha enquanto um felino da cor da noite
sem estrelas observava os visitantes. No tronco da árvore transformado em mesa depositamos
nossos computadores e, claro, cadernos e canetas dos apegados ao “passado”.
Estudar, conversar, rir, divergir, suspeitar, ficar sem respostas e
buscar algumas. Se alimentar da mesa farta de pão e alegria, gratidão e
amizade.
Ao fundo tínhamos a companhia silenciosa do rio que corria devagar.
Assoreado, mas resistindo. Dizem que ainda recebe a visita de garças que nele
procuram alimento.
Foi assim o encontro promovido pela Dimensão de Ecumenismo, em Barra do
Piraí, sobre Cristianismos Originários.
As primeiras comunidades cristãs povoam nosso imaginário de fé.
Será possível uma vivência tão rica em diversidade ser reduzida a um
modelo pronto e fechado? Haverá o que se descobrir nas entrelinhas dos textos e
da História e nas ausências perpetradas?
À noite caiu uma rápida e forte chuva. A natureza resiste ao previsível e
está, quase sempre, surpreendendo.
Quanto a nós, precisamos buscar sermos surpreendidos.
Gleides
– Nova Iguaçu
Dimensão de Ecumenismo
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