segunda-feira, 17 de junho de 2013

Magnificat: O Cântico da Bem-aventurada. Fernando Henriques - CEBI Méier

CEBI MÉIER
Comunidade Renato Cadore


Magnificat: O Cântico da Bem-aventurada. 



Fernando Henriques
coordenador


“Meu coração se alegra com Javé, em Deus me sinto cheia de força. O arco dos poderosos é quebrado, e os fracos são fortalecidos” (Cântico de Ana, 1 Sm 2,1b.4).


O cântico de Maria é o cântico dos pobres que reconhecem a vinda de Deus para libertá-los através de Jesus. Cumprindo a promessa, Deus assume o partido dos pobres, e realiza uma transformação na história, invertendo a ordem social: os ricos e poderosos são depostos e despojados, e os pobres e oprimidos são libertos e assumem a direção dessa nova história (Bíblia Sagrada, Edição Pastoral, Editora Paulus, nota de rodapé a Lc 1, 46-56).

Lucas faz uma releitura do Cântico de Ana do Primeiro livro de Samuel, e coloca nos lábios de Maria o Magnificat. Trata-se de verdadeiro prólogo à Teologia da História dos escritos lucanos. Deus se revela libertador. E sua ação na história humana é reconhecida quando o seu braço divino age dispersando os homens de coração orgulhoso, depondo os poderosos de seus tronos e exaltando os humildes.

Como primeiro ensaio mariológico, o CEBI Méier vai focar o Cântico da Bem-aventurada. Nossa reflexão se guiará pelo texto de Maria das Graças Vieira (PNV 268), irmã catequista franciscana, mestre pela EST (Escola Superior de Teologia, São Leopoldo, RS). Ela procura nos mostrar que a crença nas transformações sócio-históricas de libertação dos oprimidos e dos excluídos tem no Magnificat, o cântico entoado por Maria, mãe de Jesus, uma de suas fontes mais inspiradoras.

No olhar profético da Maria que canta, refulge a ação salvífica e escatológica de Deus. Só assim podemos entender as profecias do Magnificat que, começando pela jovem Maria, têm sua culminância histórica na cruz e ressurreição do Filho de Deus, atualizando-se ainda hoje  cada vez que o pão é partilhado, a justiça se realiza e o pobre encontra-se com o Deus libertador que o salva de suas opressões.
Maria nos leva a entender que vai louvar a Deus e celebrar as maravilhas que ele realizou para nos confirmar na fé, consolar todos os pequeninos e fazer tremer todos os poderosos da terra. Maria não entoou este canto apenas para si, mas para todos nós, seguidores do caminho. 

O Magnificat é um cântico da comunidade dos pobres, mostra o motivo da encarnação e a razão da manifestação do Filho de Deus na história dos homens. Mostra-nos que o nascimento de Jesus é fruto do amor misericordioso de Deus que olhou a miséria de seu povo e veio em seu socorro.

O louvor a Deus e a alegria messiânica penetram as profundezas de Maria, sua alma e seu espírito. As obras divinas da salvação suscitam nela um canto de louvor a Deus, um hino de júbilo. Maria se conta entre os humildes, pequenos e pobres, aos quais os profetas e salmos tantas vezes prometem a salvação.

O louvor de Maria, iniciado por Isabel, não mais terá fim. Todas as gerações entoarão os louvores daquela Maria. Ela será sempre e por toda parte enaltecida.

Referência:
Livro-texto: “O Cântico da Bem-aventurada – uma interpretação do Magnificat em Lucas 1, 46-55”, Maria das Graças Vieira, Edição do CEBI – Série A Palavra na Vida PNV 268, 1ª edição, São Leopoldo, 2010.

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