CEBI MÉIER
Comunidade Renato
Cadore
Evangelho de João, o Caminho
da Vida.
Fernando Henriques
coordenador
“E a palavra se fez carne e armou sua tenda
entre nós, e vimos sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de
graça e de verdade” (João 1,14).
O
evangelho não sinótico de João, de teologia descendente, é o resultado do
testemunho do discípulo amado. “Este é o discípulo que deu testemunho dessas
coisas e que as escreveu” (Jo 21, 24
a ). Ele também pode ser aceite como testemunho da comunidade
joanina, redação coletiva fruto da vivência daquela comunidade que encarnou e
viveu o projeto de Jesus de Nazaré. “E nós sabemos que o seu testemunho é
verdadeiro” (Jo 21, 24b).
Tradicionalmente
o CEBI Méier dedica-se a um estudo bíblico de maior fôlego. Ano passado
estudamos Marcos. Lucas já o havia sido à cerca de dois anos. Diante disso, e
ouvida a Assembléia do CEBI em dezembro passado, a coordenação propôs uma série de 7 encontros
ao longo do ano, o primeiro deles a 6 de abril, titulado O Primeiro Sinal.
Outros
quatro encontros ficam para 2014. Nossa reflexão se guiará pelo texto de José
Bortolini, que procura mostrar que a prática de Jesus se resume num compromisso
contínuo e pleno com a vida do povo que sofre. Por sua ação Jesus mostra qual é
o projeto que Deus tem para toda a humanidade, judeu ou samaritano, grego ou
romano, de qualquer etnia ou cultura. Quem
vê Jesus agindo, vê o Pai. Quem adere a Jesus e o segue, caminha ao encontro do
Deus da Vida.
O
evangelho de João fala de sete sinais. Mas o maior sinal do escrito joanino é o
próprio Jesus dando a vida por amor, e indo até as últimas conseqüências. Segundo
Bortolini esse é também o caminho das comunidades comprometidas com ele.
O
quarto evangelho teria sido escrito por volta do ano 100, após quase 60 anos de
elaboração oral e proto-escrita. Ele testemunha a caminhada difícil do povo de
Deus. Sua redação final é posterior à destruição de Jerusalém e ao congresso de
reorganização do judaísmo que expulsou os cristãos (seguidores do Caminho) das
sinagogas.
Como
se nos apresenta atualmente o texto nos fornece elementos de quatro fontes
distintas, uma delas, chamada por alguns biblistas “Atos dos Apóstolos de
João”. Podemos apresentar a estrutura do texto como segue:
a)
Prólogo (1,1-18)
b)
O Livro dos Sinais
Primeira Semana (1,19-11,57)
Segunda Semana (12,1-12,50)
c)
O Grande Sinal (13,1-20,29)
d)
Epílogo primeiro (20,30-31)
e)
Apêndice: o dia que não termina (21, 1-23)
f)
Epílogo segundo (21, 24-25).
Neste
ano de 2013 o CEBI Méier, com esta série de 7 encontros, espera poder caminhar
em direção a uma compreensão maior deste evangelho profundamente teológico em
sua concepção, com o Logus apresentado já na criação do mundo. “Todas as coisas
foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (Jo 1,3). E esta
mesma Palavra, este Verbo se fez carne e habitou entre nós, no grande mistério
da encarnação de um Deus que se despoja de tantos atributos para viver a nossa
miséria.
A
força do texto de João é mostrada nos cerca de 23 bispos de Roma que adotaram
esse nome. E foi o último deles que sob inspiração do Espírito convocou o
concílio ecumênico Vaticano II, também objeto de estudo este ano por nossa
comunidade.
O
CEBI Méier convida a todos para fazermos juntos essa caminhada. Refletir sobre o
Evangelho de João, mas também sobre a comunidade que lhe deu origem. Sempre aos
sábados, das 8:30 às 12 horas.
Livro-texto: “Como ler o Evangelho de João – O Caminho da Vida”,
José Bortolini, Editora Paulus, 6ª edição, São Paulo, 2003.
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