quarta-feira, 12 de junho de 2013

Evangelho de João, o Caminho da Vida.- Fernando Henriques - CEBI-Méier



CEBI MÉIER
Comunidade Renato Cadore


Evangelho de João, o Caminho da Vida.



Fernando Henriques
coordenador


E a palavra se fez carne e armou sua tenda entre nós, e vimos sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade (João 1,14).

O evangelho não sinótico de João, de teologia descendente, é o resultado do testemunho do discípulo amado. “Este é o discípulo que deu testemunho dessas coisas e que as escreveu” (Jo 21, 24 a). Ele também pode ser aceite como testemunho da comunidade joanina, redação coletiva fruto da vivência daquela comunidade que encarnou e viveu o projeto de Jesus de Nazaré. “E nós sabemos que o seu testemunho é verdadeiro” (Jo 21, 24b).
Tradicionalmente o CEBI Méier dedica-se a um estudo bíblico de maior fôlego. Ano passado estudamos Marcos. Lucas já o havia sido à cerca de dois anos. Diante disso, e ouvida a Assembléia do CEBI em dezembro passado,  a coordenação propôs uma série de 7 encontros ao longo do ano, o primeiro deles a 6 de abril, titulado O Primeiro Sinal.

Outros quatro encontros ficam para 2014. Nossa reflexão se guiará pelo texto de José Bortolini, que procura mostrar que a prática de Jesus se resume num compromisso contínuo e pleno com a vida do povo que sofre. Por sua ação Jesus mostra qual é o projeto que Deus tem para toda a humanidade, judeu ou samaritano, grego ou romano, de qualquer etnia ou cultura.  Quem vê Jesus agindo, vê o Pai. Quem adere a Jesus e o segue, caminha ao encontro do Deus da Vida.

O evangelho de João fala de sete sinais. Mas o maior sinal do escrito joanino é o próprio Jesus dando a vida por amor, e indo até as últimas conseqüências. Segundo Bortolini esse é também o caminho das comunidades comprometidas com ele.

O quarto evangelho teria sido escrito por volta do ano 100, após quase 60 anos de elaboração oral e proto-escrita. Ele testemunha a caminhada difícil do povo de Deus. Sua redação final é posterior à destruição de Jerusalém e ao congresso de reorganização do judaísmo que expulsou os cristãos (seguidores do Caminho) das sinagogas.

Como se nos apresenta atualmente o texto nos fornece elementos de quatro fontes distintas, uma delas, chamada por alguns biblistas “Atos dos Apóstolos de João”. Podemos apresentar a estrutura do texto como segue:

a) Prólogo (1,1-18)
b) O Livro dos Sinais
     Primeira Semana (1,19-11,57)
     Segunda Semana (12,1-12,50)
c) O Grande Sinal (13,1-20,29)
d) Epílogo primeiro (20,30-31)
e) Apêndice: o dia que não termina (21, 1-23)
f) Epílogo segundo (21, 24-25).

Neste ano de 2013 o CEBI Méier, com esta série de 7 encontros, espera poder caminhar em direção a uma compreensão maior deste evangelho profundamente teológico em sua concepção, com o Logus apresentado já na criação do mundo. “Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (Jo 1,3). E esta mesma Palavra, este Verbo se fez carne e habitou entre nós, no grande mistério da encarnação de um Deus que se despoja de tantos atributos para viver a nossa miséria.

A força do texto de João é mostrada nos cerca de 23 bispos de Roma que adotaram esse nome. E foi o último deles que sob inspiração do Espírito convocou o concílio ecumênico Vaticano II, também objeto de estudo este ano por nossa comunidade.

O CEBI Méier convida a todos para fazermos juntos essa caminhada. Refletir sobre o Evangelho de João, mas também sobre a comunidade que lhe deu origem. Sempre aos sábados, das 8:30 às 12 horas.

Livro-texto: “Como ler o Evangelho de João – O Caminho da Vida”, José Bortolini, Editora Paulus, 6ª edição, São Paulo, 2003.




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