Há exatos quarenta anos – 11 de setembro de 1973 – as trevas do arbítrio e da violência se abateram sobre o Chile. Em plena Guerra Fria o país tinha eleito Salvador Allende, um presidente socialista que de forma democrática e pluralista, pretendia conduzir o país, especialmente as classes exploradas, à uma vida digna e menos desigual. Sonho esse esmagado pelas botas dos militares apoiados pelas classes até então dominantes e, é claro, pelos Estados Unidos da América.
De todas as crueldades cometidas nessa noite que durou 17 anos quero fazer memória daquela exercida contra Victor Jara, músico e poeta popular que embalou nossos sonhos de uma América Latina livre e igualitária.
Não irei aqui descrever toda violência cometida contra seu frágil corpo para que sua voz fosse para sempre calada e a força de suas canções não mais alimentasse a coragem e esperança do povo. Ele representava todos(as) aqueles(as) que usavam sua voz e poesia como instrumento de libertação.
Para que serviu tanta crueldade? Pergunta o jornalista Dorrit Harezin. Suas músicas foram relançadas, “bandas jovens o interpretam como um dos seus, companheiros velhos o cantam como no passado.” O Estádio do Chile, palco de centenas de fuzilamentos foi rebatizado com seu nome.
Enfim, Victor Jara vive!
E, ao contrário de um “dia de trevas” que continua se abatendo sobre alguma parte do planeta, esperamos – espera ativa – pelo dia que será sempre iluminado porque o Cordeiro e sua Justiça serão sua lâmpada.
(Ap 21, 23).
Gleides - CEBI Nova Iguaçu
Gleides:
ResponderExcluirParabéns, companheira, continue cantando a Língua Pátria com tamanha maestria!
É o passado remoto no Apocalipse, o próximo no Victor Jara, o presente no quotidiano 11/09 e o futuro na ressurreição - essa memória no dia-a-dia que eterniza.
Bjs, Roberval