quarta-feira, 28 de agosto de 2013

9 de agosto - Dia Internacional dos Povos Indígenas

Dia de Índio

       No dia 9 de agosto comemorou-se o Dia Internacional dos Povos Indígenas, instituído pela ONU em 1995. No Brasil temos o 19 de abril, mas sabemos que todo dia deve ser dia de índio. No entanto, vamos aproveitar a data para ouvir um pouco de sua poética e determinação.
       Os poemas selecionados são de Graça Graúna, doutora em Letras, professora universitária, escritora e poeta - Povo Potiguara - RN ,  e Cristino Wapichana, músico, cantor, compositor, poeta e escritor – Povo Wapichana –RR.                                                                                                                               Gleides - Nova Iguaçu

                       Canção peregrina
                                                       Graça Graúna
I IV
Eu canto a dor São as pedras do meu colar
desde o exílio e as cores dos meus guias:
tecendo um colar amarelo
de muitas histórias vermelho
e diferentes etnias. branco
e negro
II de Norte a Sul
Em cada parto de Leste a Oeste
e canção de partida, de Ameríndia ou Latinoamérica
à Mãe-Terra peço refúgio povos excluídos.
ao Irmão- Sol mais energia
e à Lua-Irmã V
peço licença - poética - Eu tenho um colar
para esquentar tambores de muitas histórias
e tecer um colar e diferentes etnias.
de muitas histórias Se não o reconhecem, paciência.
e diferentes etnias. Nós haveremos de continuar
gritando
III a angústia acumulada
As pedras do meu colar há mais de 500 anos.
são história e memória
do fluxo do espírito VI
de montanhas e riachos E se nos largarem ao vento?
de lagos e cordilheiras Não temerei,
de irmãos e irmãs não temeremos.
nos desertos da cidade Sim. Antes do exílio
ou no seio das florestas. nosso Irmão- Vento
conduz nossas asas
ao sagrado circulo
onde o amálgama do saber
de jovens e anciãos
faz eco nos sonhos
dos excluídos.
VII
Eu tenho um colar
de muitas histórias
e diferentes etnias.


Extraído de:  GRAÚNA, Graça. Tear da Palavra. Belo Horizonte: M.E. Edições Alternativas,2007. p. 11-12. 





                                                          Sonho                                      
                                                                              Cristino Wapichana

Quando fecho os meus olhos,
vejo um lindo amanhecer
com muitas formas,
desenhos e flores;
toda a terra vestida de cores.

Vejo a paz
namorando o arco-íris,
estrelinhas tocando o meu chão;
passarinhos cantando juntinhos,
rodopiando a voar contramão.

Vem comigo viajar nessa aventura.
Vamos, juntos, com os sonhos brincar.
Vamos misturar todas as cores
e de todos os sabores provar...

Extraído de: Antologia Indígena. Vários autores. MEARIM/INBRAPI, p.22.

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