CEBI MÉIER - Comunidade Renato Cadore
A Bíblia é a Palavra de Deus.
Fernando Henriques
coordenador
“Quem de vós que tem cem ovelhas e perde
uma, não deixa as noventa e nove no deserto e vai atrás daquela que se perdeu,
até encontrá-la? E quando a encontra, alegre a põe nos ombros e, chegando em
casa, reúne os amigos e vizinhos, e diz: Alegrai-vos comigo. Encontrei a minha
ovelha que estava perdida!” (Lucas,
15, 4-6).
Jesus
pergunta a seus ouvintes: Quem de vós que tenha cem ovelhas, se perder uma delas,
não deixa as noventa e nove no deserto e vai em busca daquela que se perdeu até
encontrá-la? (cf Lc 15, 4-6 e Mt 18, 12-13). Os pastores não eram bem vistos
pela sociedade daquele tempo. Eram ritualmente impuros, viviam como andarilhos
conduzindo os rebanhos pelas encostas das montanhas. Havia conflitos com
agricultores sempre que os rebanhos pastavam nas lavouras. Ainda assim havia a
tradição de Javé que cuidava de seu povo como um pastor. Jesus nos diz que Deus
vai em busca da ovelha perdida, da prostituta e do arrecadador de impostos.
Muito perturbador é vermos que a ovelha perdida não faz nada para voltar ao
redil. Toda a ação é do Pastor. Assim aprendemos que Deus procura e recupera os
pecadores simplesmente porque os ama. E talvez o retorno do pecador não se deva
à sua conversão, mas à irrupção da misericórdia de Deus. Assim é o Reino,
instância do Amor e da Misericórdia de Deus.
“Desafiados
pela realidade de hoje somos chamados a responder quem é Jesus para nós e
descobrir, no estudo da Palavra e na partilha solidária, a presença de Deus no
meio de nós. Respondemos como comunidade de fé, reconstruindo no diálogo, na
abertura e na acolhida, o projeto de Jesus, pelo qual ele entregou sua própria
vida. É a solidariedade que leva à descoberta da força libertadora de Deus na
história e cria em nós um olhar lúcido e criativo e um testemunho concreto e
articulado em favor da vida, da vida indefesa dos pobres, os preferidos de
Jesus”. (in O Evangelho de Lucas, Quem é
Jesus para nós?”, de Carlos Mesters e Mercedes Lopes, Edição CEBI,
S.Leopoldo, 2012, pg. 32).
A
Bíblia, desde sempre, faz parte da caminhada do povo de Deus. “É nela que
penduramos todo o nosso trabalho”, conforme nos ensina frei Carlos Mesters. A
partir do Concílio Vaticano II, marco fundamental para o florescimento de uma
Pastoral Bíblica da Igreja no Brasil, a Bíblia foi conquistando espaço e
recuperando sua condição de valor fundamental na vida e na missão da Igreja
(CNBB).
O
Mês da Bíblia da ICAR foi criado em 1971 e celebrado em setembro com a
finalidade de instruir os fiéis sobre a Palavra de Deus e a difusão da Bíblia,
também foi fundamental para aproximá-la do povo de Deus. Propondo um livro, ou
parte dele, para ser estudado e refletido a cada ano, o Mês da Bíblia tem
contribuído eficazmente para o crescimento da animação bíblica de toda pastoral
(Canção Nova Notícias, in notícias.cancaonova.com/noticia acessado em 19/07/13).
Em
2012 a CNBB dedicou o Mês ao Evangelho de Marcos, o qual foi objeto de quatro
encontros no CEBI Méier. Em 2014 teremos Mateus e João em 2015. Neste ano de
2013 foi escolhido o Evangelho de Lucas. O CEBI Méier pretende realizar um
encontro de introdução ao Mês da Bíblia, abordando o terceiro evangelho e
contando com a assessoria de Pedro Rodriguez, do CEBI estadual.
Segundo
a CNBB, o enfoque deste ano visa reforçar a formação e a espiritualidade dos
agentes e dos fiéis através do seguimento de Jesus. Está tanto na perspectiva
de discípulos missionários e da Missão Continental, conforme pede a Conferência
de Aparecida quanto ao esforço da Nova Evangelização. O Evangelho de Lucas será
lido na perspectiva da formação e do seguimento, destacando o que lhe é
específico e a comunidade que está por trás dessa Boa Nova.
Segundo
reza a Tradição o terceiro evangelho do cânone do Novo Testamento, deve ser
atribuído a um discípulo de Paulo, nascido em Antioquia, médico de profissão.
Na verdade Lucas teria redigido uma obra em dois volumes, sendo o primeiro o
Evangelho de Jesus Cristo e o segundo o Evangelho do Espírito Santo, que o
cânone nomeou Atos dos Apóstolos. Grego e culto, estes dois livros são escritos
de grande valor literário. O autor do evangelho é provavelmente alguém que teve
contato com o escrito de Marcos, com a “Quelle” (fonte) e com o chamado
Proto-Lucas, provavelmente uma tradição oral. Ele vai valorizar a presença de
pecadores, estrangeiros, mulheres e pobres. O Deus do Evangelho de Lucas é um
Deus de Misericórdia. Lucas pode ter redigido estes livros para a comunidade de
Antioquia, a “amiga de Deus”. Como o Deus de Paulo, o de Lucas é, sobretudo,
universal.
A
comunidade destinatária da obra de Lucas apresentava uma mistura de cristãos de
origem grega e palestina. A obra se dirige em especial aos cristãos de cultura
grega, tendo boa acolhida por um grande número de comunidades já então
espalhadas por quase todo o império romano. Uma característica do evangelho
lucano é a longa viagem de Jesus da Galileia até Jerusalém, de 9,51 a 18,34. O
Evangelho termina em Jerusalém, onde vai começar os Atos dos Apóstolos. O Evangelho de Lucas provavelmente se dirige às
comunidades gregas que surgiram como resultado do trabalho missionário de
Paulo. A data mais provável da redação final deste evangelho é entre os anos de
80 e 90 d.C.
O
CEBI Méier convida a todos(as) para fazermos juntos um encontro sobre o Mês da
Bíblia que será em setembro. Este encontro será realizado no sábado, 31/08/13,
das 8:30 às 12 horas, na Casa Padre Dehon. Venha participar e colher subsídios
para seu movimento ou pastoral.
Programação para agosto:
03/08
Vaticano II – Sexto Encontro – Opção eclesiológica central.
10/08 Evangelho de João – capítulos 7 e 8.
17/08 Cartas de João – Quem ama nasceu de
Deus e conhece a Deus.
24/08 Vaticano II – Sétimo Encontro – Inversões
Eclesiológicas.
31/08 Mês da Bíblia – encontro de
preparação.
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