O CRISTIANISMO PRIMITIVO: COMUNIDADE DE CORINTO-2°PARTE
O
presente, por ele vivido na entusiástica exaltação da experiência
carismática, tinha absorvido o futuro, negando-o como portador de novidade. O
todo da salvação era visto no hoje carismático. O carisma esgotava todas as
experiências cristãs. Praticamente chegou-se a identificar o cristão com o
carismático. As experiências exaltantes so Espirito terminarem por determinar
o ser ou não ser do cristão.
A propósito, é significativo que Paulo
contraponha o ágape como caminho de ouro dos fiéis (12,31b), elevando-o a
característica essencial da experiência cristã (13,1-3). O dom carismático
extraordinário encontra em si mesmo a razão de sua validade. Escapa de
qualquer exigência de legitimação, de qualquer critério de verificação.
Como
pretende que o Espírito, manifestamente presente e atuante nos cristãos
extáticos, seja justificado por outros e não por si mesmo?
O glossolalo é uma
pessoa animada e tomada pelo Espirito, diga o que disser. O numinoso e o
prodigioso valem por si mesmos. Daí a reocupação de Paulo de submeter às
manifestações carismáticas ao crivo da confissão de Cristo Senhor (12,3) e ao
critério de sua construtividade eclesial (12,7 e todo capítulo 14). No plano
prático, as experiências extraordinárias do Espírito criavam desordem e caos
nas reuniões comunitárias, como o deixa transparecer o capitulo 14.
As vozes
incompreensíveis dos glossolalo, as palavras carregadas de intensa
emotividade e de frenética exaltação dos extáticos, a superposição das vozes
de todos o que falavam ao mesmo tempo, tudo confluía para tornar estéreis as assembleias eclesiais. Nelas predominava o espanto, a excitação, uma atmosfera
mais de sessão espírita do que de pacata manifestação comunitária. Tanto mais
que delas participavam também simpatizantes, que ficavam com a desagradável
sensação de uma loucura contagiosa e generalizada.
A ostentação desordenada
de alguns predominava sobre a participação pedagógica de todos, na base de
palavras e discursos verdadeiramente comunicativos. Conclusão, em Corínto
reinava um carismatísmo onicompreensivo e, reducionista. Havia levado a se
conhecer e a se viver a experiência do Espírito: Em chave extática e
numinosa; Como exclusivo desempenho individual; Como fenômeno aristocrático,
elitista; Em termos que faziam englobar toda a realidade salvífica e toda a
vida cristã; Como exclusão de comprovação exterior.
Paulo responderá
apresentando uma concepção diametralmente oposta do Espírito, entendido em
essencial relação com a Igreja como Senhor. Definirá o carisma em termos de
serviço, ou seja, de utilidade para o crescimento da comunidade (12,7 e 12,12
ss). O critério comprovador é a confissão de Jesus como Senhor (12,3). Com
soberana liberdade e ilimitada generosidade o Espírito distribui aos fiéis os
seus dons, de tal modo que ninguém os possui todos, e ninguém estão
totalmente privados deles (12,4 ss). De qualquer forma, não e a experiência carismática
que exprime a perfeição da salvação, mas sim o ágape, que é a verdadeira
definição do cristão (capítulos 13).
Valdeci de
Oliveira-Biro-Coordenador do CEBI-VR/ Assessor Bíblico GAEB- da Área Norte.
Comunicador
da Rádio Sintonia do Vale: Programa Palavra & Mensagem. Dom.10 às 12 hvaldecideoliveira@hotmail.com
AGENDA - CEBI VOLTA REDONDA
DIA 27 DE JULHO
HORARIO 8-16 h
FORMAÇÃO BIBLICA
PRINCIPAIS GRUPOS E
PERSONAGENS NO EV. DE LUCAS
ASSESSOR: BIRO
LOCAL: SÃO FRANCISCO DE ASSIS-RETIRO
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segunda-feira, 8 de julho de 2013
O CRISTIANISMO PRIMITIVO: COMUNIDADE DE CORINTO- 2°PARTE - Biro - CEBI Volta Redonda
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